30 setembro 2011

Envergonhada - Bella & Edward


            Sinopse: Bella leva uma bolada na aula de Educação Física e se vê obrigada a deixar o Dr.             Carlisle examiná-la. Tudo bem, se não fosse o lugar onde a bola bateu...



                                           ..........
A bola me atingiu com uma força avassaladora.  Lá estava eu, no chão da quadra, atordoada com a pancada, mas podia jurar que vi um sorrisinho sádico nos lábios de Lauren, enquanto procurava uma forma menos humilhante de me levantar do chão e continuar o jogo de vôlei.  Jogo no qual, aliás, eu era mera coadjuvante, até me tornar o alvo preferido das cortadas de Lauren.
A bola acertara meu seio e a dor começava a me incomodar.
Enquanto dirigia minha picape pra casa, pensava no quanto tinha sido providencial ter proibido Edward de assistir minhas aulas de Educação Física. Não sei o que aconteceria se ele presenciasse uma situação como a de hoje.  Provavelmente ele se interporia entre mim e a bola, aparecendo na quadra sem que ninguém soubesse de onde havia saído, colocando a perder todo um disfarce  que ele e sua família , tão bem e com tanto esforço, desempenhavam em Forks.  Sim, Edward era capaz disso, ele já provara que faria qualquer coisa para me proteger.
Os irmãos Cullen tinham ido caçar e só voltariam de madrugada, por isso naquela noite me despedi de Charlie na sala e corri para meu quarto. Quanto mais cedo dormisse, mais rápido o dia de amanhã chegaria e, com ele, a presença inebriante de Edward.
A noite foi horrível, não só pela ausência dele, mas porque meu seio doía muito e não havia uma posição sequer que me dava alívio. A manhã deixou claro que a dor estava longe de terminar.
Quando cheguei ao estacionamento da escola, Edward me esperava parado ao lado de seu Volvo. Ele parecia mais belo ainda. Era sempre assim quando ele se afastava de mim. Sempre que o reencontrava, achava-o mais deslumbrante ainda.
Ele deu seu sorriso torto que eu tanto adorava e me envolveu com seus braços num abraço forte, como se quisesse compensar o tempo que passamos afastados. Seus lábios procuraram os meus num beijo doce e suave.
De início foi bom, como sempre era quando sentia o corpo de Edward colado no meu, até que seu peito de mármore apertou meus seios e um lamento de dor escapuliu de meus lábios sem que eu me desse conta. Edward se afastou assustado.
- Desculpe, Bella, não percebi que tinha colocado tanta força! Eu te machuquei? – Ele estava confuso, meio sem jeito.
- Não, não me machucou. Não se preocupe, Edward, eu só dormi de mal jeito e estou com o corpo um pouco doído – menti.
Achei melhor não contar o incidente do dia anterior. Primeiro, porque assim manteria a integridade física de Lauren resguardada (Edward às vezes era meio vingativo) e, segundo, porque era muito constrangedor contar que eu estava com meu seio dolorido. Aquela não era a região do meu corpo onde gostaria que Edward ficasse prestando  atenção, não de forma ostensiva. Se bem que gostava quando percebia que ele parava o olhar em meu decote quando pensava que eu não estava vendo. Aquilo fazia meu coração disparar. Era bom saber que ele me desejava.
Passei o dia me esquivando dos seus abraços apertados. Por mais que me cuidasse, por vezes soltava gemidos de dor quando algo tocava o machucado.
Edward prestava muita atenção em mim para que eu acreditasse que aquilo estava passando despercebido por ele.
Depois de nos despedirmos no estacionamento, enquanto entrava na picape, a alça de minha mochila apertou meu peito com tanta força que, quando vi , tinha soltado um grito alto, tamanho a dor que senti.
Foi a gota d’água pra Edward.
- Pelo amor de Deus, Bella, vai ou não vai me contar o que está acontecendo? Está me deixando louco. Percebi o dia todo que tem algo em você doendo muito. O que é? – Ele estava com uma expressão séria e preocupada e eu sabia que não ia me deixar desviar o assunto. Era melhor contar da maneira mais superficial que eu conseguisse.
- Foi na aula de Educação Física, ontem.  Eu levei uma bolada no sei..., no peito e agora tá dolorido – falei.
No seu seio? - Perguntou ele, meio tímido, mas cheio de preocupação.
Senti meu rosto corar. Aquele assunto não me agradava e não estava a fim de discuti-lo com ele.
- É, mas não se preocupe, passa logo.
Mas é claro que ele se preocuparia. Edward tinha um exacerbado instinto de proteção comigo.
- Bella, isso pode ser sério. Você tem de falar com Carlisle; pedir pra ele dar uma olhada.
Edward devia estar louco! Pedir para Carlisle me examinar? Só de pensar nisso eu já tremia de vergonha. Nem morta que eu faria isso!
- Chega desse assunto, Edward. Isso tá ficando estranho. Já disse que não foi nada.
- Eu posso... – ele parou o que ia dizer, balançando a cabeça, como se quisesse espantar uma idéia ruim.
“Será que ele ia pedir pra ver?”
Não sei  se ele ia pedir o que imaginei, mas confesso que fiquei vermelha no mesmo instante.
Ele me olhou por um tempo, depois deu um suspiro e sorriu torto.
Beijamo-nos rapidamente e fui para casa.
 Assunto encerrado, pensei. Ledo engano!
Tinha acabado de tomar banho e estava respondendo um e-mail da Renée quando ele apareceu no quarto, entrando pela janela.
Puxou-me pela cintura, todo cuidadoso para não tocar meus seios, e me beijou até que meus joelhos se dobrassem sem forças para sustentar o peso do meu corpo.  Ele sorriu malicioso.
- Hora de poupar a humana de um ataque cardíaco – zombou, cheio de convencimento, me empurrando carinhosamente. - Acho que vou te dar um desfibrilador de presente – falou, dando uma risada depois.
Eu estava sem fôlego para rir. Apenas suspirei resignada. Ele sempre parava, sempre...
- Ei, - disse ele - Esme quer que eu a leve lá em casa para você ajudá-la com uma receita de bolo. Ela foi convidada para um “chá-da-tarde”, amanhã, e precisa levar algo. Sabe como essas coisas de comida humana não são nosso forte, né?  Será que Charlie se importaria de você ir lá agora? Eu a trago de volta o quanto antes.
Não podia negar ajuda a Esme, ela era sempre um amor comigo.
Avisei Charlie e fomos.
Quando chegamos a casa estava silenciosa.  Edward havia dito que Alice, Jasper, Rosalie e Emmet  tinham saído e que só Esme e Carlisle estavam na residência.
Sobre a mesa da sala havia um recado de Esme dizendo que tinha ido à cidade comprar os ingredientes do bolo e que voltava logo.
Sentamo-nos no sofá.  Edward me aconchegou em seu peito e beijava meu cabelo quando as palavras de Carlisle me trouxeram de volta ao mundo real.
- Bella, poderia vir ao meu escritório, por favor? - Sua voz era suave e autoritária ao mesmo tempo
Ele já tinha se retirado da sala quando me virei para olhá-lo.
Que “raios” Carlisle poderia querer falar comigo? - Pensei.  
E então um frio começou a percorrer minha espinha. Um pressentimento invadiu meus pensamentos.  Não, Edward não.... Ele não poderia...
Sim, ele poderia!!!!
Olhei pra ele, fuzilando-o. Meu rosto pegava fogo. Eu estava à beira de um ataque.
- Você contou para o Carlisle sobre meu seio?  Você não fez isso, fez? - Eu estava pasma.
- Bella, seja sensata, eu apenas... – ele começou a dizer, mas eu o interrompi.
- EDWARD CULLEN, de-fi-ni-ti-va-men-te vou matar você!! Serei a primeira humana a conseguir trucidar um vampiro, pode ter certeza disso.
- Pior é que eu tenho, Bella... – Ele murmurou numa voz resignada.
Edward percebera que tinha ido longe demais. Pela primeira vez vi medo em seu olhar. Isso era bom.
- Bella? – O pai de Edward chamou mais uma vez.
Pensei em fugir, sair correndo, mas respeitava muito Carlisle para fazer-lhe tamanha grosseria.
Caminhei pro meu calvário e entrei no escritório.
Ele estava sentado atrás de sua enorme e imponente mesa. Seu rosto era sereno e acolhedor. Por segundos sua presença me reconfortou, mas logo me lembrei o que viria pela frente e gelei. Neste ponto eu já havia passado da cor vermelha para a verde, a ânsia em meu estômago confirmava isso. A próxima seria a azul, pois, incapaz de respirar como me encontrava, eu ficaria cianótica em breve.
- O que você quer, Carlisle? – Consegui falar, de cabeça baixa.
- Oi Bella – falou ele calmamente. – Sente-se, por favor – apontou, mostrando-me a cadeira do lado oposto da sua.
 - Edward me disse que sofreu um acidente na escola. Ele está preocupado. Disse que você está sentindo dores.
- Não é nada, Carlisle. Sabe como Edward é, sempre se preocupando demasiadamente comigo - disse, tentando imprimir a maior segurança possível em minha voz.. Continuei, evitando seu olhar:
- Tá tudo bem, não gaste seu tempo com isso. Não é nada sério – reforcei com uma voz quase de súplica.
 - Bella, de nós dois, quem tem mais experiência para dizer se é sério ou não sou eu, você não acha? - Perguntou ele, sorridente.
Apenas acenei afirmativamente com a cabeça, mordendo os lábios.
 - Uma lesão não tratada, em qualquer parte do corpo, é perigoso, Bella, – agora ele estava sério. - Principalmente nos seios.  Pode não ser nada agora, mas pode se complicar sem o tratamento adequado. A longo prazo isso poderia te trazer problemas. Sei que isso não importa muito, pois seus planos de transformar-se em uma de nós nas próximas semanas deixam meus argumentos ineficazes. Mas então vamos ponderar: quer passar os poucos dias que lhe restam como humana sentindo dores? – Ele me olhou fixamente, parecendo que refletia se devia ou não continuar argumentando e, por fim, prosseguiu: 
 – Tem mais uma coisa, Edward me disse que pretendem consumar o casamento de vocês antes da transformação e...
Minha cor azul não o deixou alarmado, pois ele continuou...
- Os seios são parte importante na vida sexual de um casal, espero que você saiba disso. Não vai querer passar sua lua-de-mel no estado em que se encontra, vai? - Ele tinha um leve sorriso no rosto novamente.
Queria dizer alguma coisa, mas a voz não saía. Estava morrendo de vergonha.  
Seios, lua-de-mel, fazer amor com Edward...  Não dava para acreditar que meu sogro estava conversando sobre essas coisas comigo!!  Era surreal!!  Seria cômico se eu não tivesse quase enfartando.
Mas ao mesmo tempo sabia que ele tinha razão. Lembrar-me da lua-de-mel tinha sido golpe baixo. Por tantas vezes tinha fantasiado aquele momento em minha cabeça, imaginando as mãos de Edward em minha pele, seus lábios nos meus seios, seu corpo sobre o meu... Mas só esse pensamento já me fazia sentir dor. Seria impossível deixar Edward se aproximar de mim se não resolvesse esse problema. Mas daí a ficar sem blusa na frente de Carlisle... Meu Deus, não!!! Eu só podia estar em um de meus pesadelos.
Suas palavras me tiraram de meus devaneios.
- Bella, sabe que a considero como uma filha. Sei que pode ser constrangedor pra você, mas lembre-se que eu sou médico. Tudo isso é muito natural pra mim. Você será a única pessoa de minha família a ser minha paciente. Estou animado com a possibilidade de usar meus conhecimentos para ajudá-la a se sentir melhor, evitar que sinta dor. Vamos lá, retire sua blusa ali atrás e vista aquele avental que está lá. Vamos acabar logo com esse sofrimento.
Eu não tinha forças para discutir.
“É só um pesadelo, eu já vou acordar... É só um pesadelo... Relaxa”.
Enquanto fazia o que Carlisle mandou, vencida por seus argumentos, ansiava por algo que me tirasse daquela situação infernal. Um ataque de ET’s, uma chuva de meteoros... A probabilidade era grande, afinal estávamos em Forks, a capital do miticismo. A esperança me mantinha em pé... ou quase.
Não sei quantas vezes tropecei até chegar perto de onde Carlisle estava. Além da minha habitual falta de coordenação, agora também começava a me faltar a visão.
Enquanto eu fixava meus olhos num ponto do teto que nem conseguia enxergar, ele afastou meu avental e começou a examinar-me com uma naturalidade e profissionalismo exemplares.
Ele se desculpava sempre que seu toque me fazia encurvar de dor e de vez em quando me perguntava se em determinada parte doía.
Eu sempre desejei tanto que Edward  tocasse meus seios e agora lá estavam eles, nas mãos Carlisle, meu sogro!!... O céu eu não sei, mas o inferno eu acabava de ter certeza que existia... Eu estava nele!!!!
Assim que terminou (um século depois), Carlisle pediu para eu me trocar e sentou-se em sua cadeira novamente,  fazenda anotações em um receituário.
Quando voltei, sempre evitando seu olhar, é claro, tentei imaginar de que cor estaria. A essa altura não me estranharia se estivesse xadrez.
 Se estava, Carlisle fingiu não notar e começou a me explicar:
- Realmente não é nada sério, Bella. Vou lhe receitar uma pomada para melhorar o hematoma que se formou e um antiinflamatório que vai amenizar a dor. Faça também umas compressas quentes. No máximo em dois dias a dor vai ter acabado. Vou te dar um atestado te liberando da próxima aula de Educação Física. Não vamos nos arriscar a mais acidentes.
- Bella, - ele continuou – eu sei como está se sentindo. Entendo bem de constrangimento. Tenho um filho que ouve meus pensamentos, lembra?- Brincou ele. – Vai passar.
Ele deu um sorriso encantador e tocou meu queixo de uma forma bem paternal.
- Obri... ga... da – disse, ainda olhando pra baixo.
Peguei a receita e saí da sala quase tão rápido quanto um Cullen. Sabia que esta era a última vez que eu o veria, pois o maior objetivo de minha vida, a partir de então, seria evitar compartilhar o mesmo espaço que Carlisle. Eu definitivamente morreria de vergonha se o encontrasse de novo.
Bem, esse seria o segundo maior objetivo da minha vida, porque o primeiro seria matar um tal vampiro metido a protetor. E eu estava determinada a não falhar.
Quando o encontrei na sala, seu rosto parecia mais aliviado, afinal ele tinha conseguido executar seu plano diabólico exemplarmente. Lá estava eu com minha receita na mão, mais vermelha que um pimentão, exatamente como era sua vontade.
Ele se aproximou e seu olhar encontrou o meu. Deixei claro que ele estava encrencado.
- Desculpe-me, Bella, eu só...
Emmet nos interrompeu neste exato momento. Estava de volta do passeio.
Ele olhou para mim e soltou um sorriso malicioso.
- Nossa, Edward, o que você fez com a Bella que a deixou com o rosto vermelho desse jeito? Vai com calma com a humana, cara, ela é tímida!! Eu heim!!!
Ele soltou uma de suas  gargalhadas e depois parou de repente. Olhou um tempo pra mim e falou:
- Melhor você tirar essas bochechas suculentas da Bella desta sala antes que Jasper chegue. Não queremos um “vale-a-pena-ver-de-novo” nesta casa, não é mesmo?  Não sei como consegue juntar tanto sangue na cara – falou consigo mesmo enquanto subia as escadas, balançando a cabeça.
Edward me puxou para a varanda. Nenhum de nós dois estávamos a fim de rebater as brincadeiras de Emmet. Mas acho que definitivamente meu rubor havia mexido com o seu autocontrole.
Já estávamos dentro do carro e eu ainda não tinha conseguido dizer nada a Edward. Apenas o olhava, indignada. Minha raiva era absurdamente grande.
- Como você pode fazer isso comigo? – Minha voz mais parecia um lamento.
- Isabella, calma! – Ele estava mesmo assustado. – É que ver você naquele estado estava me consumindo. Eu tinha que fazer alguma coisa.  Você é muito teimosa! – Ele tentava se explicar.
- Meu Deus, Edward, TINHA QUE SER O CARLISLE, SEU PAI??!!!  Eu o vejo todos os dias!! Como vou poder olhar pra cara dele novamente?  EU TIVE DE MOSTAR MEUS SEIOS PRA ELE! - Eu estava quase gritando.
- Bella, ele é medico, Santo Deus!! Pelo menos agora sabemos que não é nada sério.
- CO..COMO VC SABE O QUE EU TENHO??!!! Eu ainda não contei nada!! – O sangue me ferveu.
- EDWARD, VOCÊ FICOU VIGIANDO OS PENSAMENTOS DE CARLISLE?  VO..VOCÊ VIU ELE ME EXAMINAR? – Eu estava fora de mim, queria esganá-lo.
- Bella, pelo amor de Deus, eu não fiz isso!  Ouça-me, por favor – ele quase implorava. - Eu só vi seus pensamentos quando ele me chamou mentalmente para me explicar que estava tudo bem e me pedir para comprar-lhe os remédios. O momento do exame nem estava na sua cabeça. O Carlisle é muito ético com seus pacientes. Ele nunca pensa neles quando eu estou por perto.
- Ainda que seja assim eu vou matar você! – Falei.
- VOCÊ PRECISA SE ACALMAR, BELLA. VOCÊ ESTÁ ABSURDA.... E, SE QUER SABER, EU JÁ VI SEUS SEIOS ANTES. PRONTO, FALEI!!
Fiquei sem reação, sua explosão realmente me pegou desprevenida.
- Co...como?? Quan...quando?? - Agora eu quase não tinha voz.
Será que meu constrangimento não ia mais ter fim? Eu havia sobrevivido a James, um vampiro sanguinário e cruel, mas hoje eu morreria era de vergonha, literalmente.
- Alice não teve culpa, Bella. Foi um lapso, apenas alguns segundos... – Ele começou a falar.
- Lembra quando Alice foi a Seattle comprar sua roupa para o baile? Eu estava junto quando ela viu o vestido na vitrine, aquele azul. Alice ficou hipnotizada por ele. Então começou a imaginá-la vestida com ele. De repente  fixou o olhar no decote do vestido por um tempo, pensando como ficaria em você e então...  
- Eu jamais esquecerei aquela visão!
 Ele olhava pra frente, mas pude perceber que seus olhos brilhavam de uma forma que eu nunca tinha visto.
Quando dei por mim meu rosto estava escondido no meu colo, com minhas mãos tampando as laterais. Eu mal respirava.
Ele prosseguiu...
- Eu os vi!! – Continuou ele, com sua voz aveludada.  – Os seus seios eram os mais perfeitos e mais lindos que eu já tinha visto, Bella. Meu rosto se abriu em um sorriso e Alice percebeu o que tinha feito. Ela começou a falar umas coisas, me pedindo pra jurar que não te contaria, mas eu nem ouvia. Só ficava me lembrando daquela visão. É claro que já havia imaginado como eles deviam ser, mas nada se comparava àquela imagem... Nada!
- Bella?...
- ...
- Bella, por favor, levante o rosto daí.
- ...
- Bella, não seja criança...
- ....
- Bella, vou precisar usar minha força?
- ...
- DEFINITIVAMENTE, BELLA, EU NÃO TE ENTENDO!! - Falou num tom de voz bem mais alto que o normal.  - Você vive me tentando, encorajando-me a irmos além quando nos beijando. Faz de tudo para destruir meu autocontrole... ONDE ACHA QUE A GENTE CHEGARIA SE EU CEDESSE??  Se eu me deixasse ser conduzido por seus hormônios, seus seios viveriam em minhas mãos, Bella! Para não dizer outras coisas!!  Agora você está aí, se escondendo, morta de vergonha por tão pouco!!
Edward estava realmente nervoso. Eu o tinha tirado do sério também.  O pior é que até certo ponto ele tinha razão, eu estava absurda.
Levantei meu rosto, mas não tive coragem de encará-lo. Meu rosto queimava com o rubor. Fiquei olhando pra frente, procurando algo a dizer.
- Desculpe-me, Edward. Acho que estou sendo infantil mesmo. Nem eu sabia o quanto era tímida. Tudo isso me pegou de surpresa.
 Ele respirou fundo e passou os dedos em meus cabelos. Ficamos um tempo sem dizer nada. Um tentando adivinhar os pensamentos do outro. Por fim ele quebrou o silêncio.
Podia ver arrependimento em seu olhar quando ele pegou meu rosto e me forçou e encará-lo.
- Desculpe-me você, Bella. Eu fui muito indelicado. Não devia ter dito o que eu disse, nem da forma como disse. Não precisava ter te deixado mais encabulada ainda com essa história de ter visto seus seios. Realmente não precisava. Esqueça isso, foi imperdoável.
- Edward, tudo bem. Eu ainda quero te matar, mas estou muito envergonhada para ficar perto de você agora. Me leve pra casa.
- Você fica irresistível quando está tímida, Bella. Irresistível... – Edward deu um longo suspiro e ligou o carro.
O caminho de volta foi silencioso. Percebi que Edward estava imerso em seus pensamentos, até...
- Bella, posso te pedir um favor?
- O que você quer, Edward? – Perguntei, sem olhar em seu rosto.
- Não deixe Jacob saber sobre as compressas quentes que Carlisle te receitou. Não quero ter de quebrar o pacto com os Quileutes.
- Hã??... Como foi que Jacob entrou nisso? Claro que eu não comentarei. Mas por.... - Parei antes de terminar a pergunta.
 “A temperatura das mãos de Jake!”  
Sem dúvida era isso! Edward sabia que Jacob não perderia a piada se tivesse oportunidade! É claro que ele se colocaria à disposição para “ajudar”. Ele não resistiria à possibilidade de irritar Edward.
Não, ele não poderia saber de forma nenhuma!!
 Se aquele lobisomem atrevido viesse com gracinhas para o meu lado eu socaria a cara dele de novo.
- Não se preocupe, Edward, eu não vou dizer nada. Chega de machucados...
Ele sorriu, parecendo ter entendido meu comentário.
Amanhã seria um novo dia e certamente eu estaria menos envergonhada...

Nenhum comentário:

Postar um comentário